terça-feira, 10 de junho de 2008

IGREJA CATÓLICA PROMOVE TORTURA DE ANIMAIS

Esteve inicialmente prevista para o dia 24 de Maio, mas foi adiada para hoje, 10 de Junho. Tratava-se de uma “festa campera” (na Herdade de Vil Figueiras, em Samora Correia), como lhe chamaram os seus promotores, para angariar fundos para a obra da “Igreja dos Pastorinhos”, de Alverca do Ribatejo, promovida pela Paróquia de São Pedro de Alverca e com o apoio da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira. Nesta festa, claro, não podia faltar o derramamento de sangue de animais – de 12 animais: as 12 “novilhas bravas” anunciadas.

Sendo tão comum obras sociais católicas estarem envolvidas na promoção da violência contra animais no contexto das touradas e sendo especialmente comum estas instituições receberem dinheiros provenientes de actividades tauromáquicas (sendo de destacar que, vergonhosamente, a maioria das praças de touros fixas do país são propriedade das misericórdias locais), era mais uma vez chocante mas não surpreendente encontrar mais esta paróquia a abençoar a brutalização de animais e a angariar fundos a partir desta.

Nesta “festa campera”, entre uma série de outros actos tauromáquicos que lamentavelmente faziam parte do programa e que eram, infelizmente, permitidos por lei, constava do mesmo uma “tenta”, um acto tauromáquico equiparado à “sorte de varas”, comum nas touradas em Espanha mas proibido em Portugal.

As “tentas” são actos tauromáquicos particularmente violentos, em que um homem a cavalo (o “picador”), armado com uma vara muito comprida com um afiado e comprido ferro na ponta, provoca um touro, vaca ou novilho, de modo a que o animal reaja vindo contra o cavalo – que está assustado e pobremente protegido com uma armadura extremamente pesada (em Espanha, muitas vezes os cavalos caem, não se conseguindo levantar com o peso da armadura, sofrendo, além disso, as investidas dos touros, que os atacam desesperados com a dor e assustados, ficando os cavalos gravemente feridos e chegando mesmo a morrer, razão pela qual só os cavalos considerados menos importantes e mais velhos é que são usados nesta brutalidade). O princípio é simples: quanto mais o touro se tenta libertar do ferro que lhe rasga e perfura a pele, a carne e os músculos e da dor que a vara causa, tentando empurrar o cavalo montado pelo “picador”, mais a vara perfura o corpo do animal, deixando-o severamente ferido e enfraquecido (pode ver várias imagens deste acto horrendo e extremamente violento em http://www.tauromania.pt/noticias_detail.php?typ=reportagens&aID=2199).

Tendo sabido desta “tenta” com suficiente tempo de antecedência, a ANIMAL alertou a GNR de Santarém para este ilícito que estava planeado e requereu a esta força policial a intervenção preventiva devida, ao que o Comando do Grupo Territorial da GNR de Santarém correspondeu com extrema diligência e eficácia, levando os promotores desta “tenta” a desistir dela. A ANIMAL aproveita, pois, para congratular o Comando do Grupo Territorial da GNR de Santarém e o SEPNA da GNR pela actuação exemplares e eficazes que tiveram neste caso.

A ANIMAL lamenta profundamente todas as outras barbaridades de que estes pobres animais foram vítimas hoje, nesta festa sanguinária, mas congratula-se com o facto de, pelo menos, ter conseguido impedir que algum sofrimento a mais lhes fosse infligido por meio da “tenta” que estava prevista. Ao mesmo tempo, a ANIMAL reforça o seu compromisso moral para com a luta ética, social e política pela abolição das touradas e pela justa consagração dos direitos dos animais em Portugal e no mundo.

Se souber de alguma “tenta” de touros (ou de vacas ou novilhos), “sorte de varas”, “picaria à vara larga”, “touros de fogo” ou de outra actividade tauromáquica que lhe pareça diferente do habitual (e que poderá ser ilícita, logo, impedida), por favor informe a ANIMAL disso o mais rapidamente possível através de campanhas@animal.org.pt.

Fonte: A ANIMAL

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